Edição 11 - 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA (Parte 2)

   EDIÇÃO 11 -  ECONOMIA POSITIVA                                                                           18/02/2021


       Um bom dia para o "eu" do futuro e para os leitores que um dia  tenham o azar de vir aqui parar.

       Possivelmente a viver a semana menos interessante da história da humanidade, começa assim mais uma edição de economia positiva .

       Atualidade económica, social e política

    - "Professores e escolas sem perspetivas de receberem computadores", diz presidente da Associação de Escolas Públicas. Fonte: Jornal Económico 

    -Iniciativa Liberal quer acordo de investimentos com a China condicionado à libertação de uigures. Fonte: Jornal Económico

   - Ritmo de vacinação em Portugal atingiu novo máximo. Fonte: Público

   - Governo espera auditoria da Deloitte até Março para decidir injecção no Novo Banco. Fonte: Público


      10 Princípios da Economia 

     Esta edição é a continuação dos princípios fundamentais da economia, baseado no livro Principles of Economics de Mankiw.

    6- Os mercados são geralmente uma boa forma de organizar a atividade económica.

     Os países comunistas operavam com base na premissa de que os planeadores centrais do governo estavam na melhor posição para conduzir a atividade económica. Esses planeadores decidias que bens e serviços produzir, quanto produzir de cada um e quem os produziria e consumiria, A teoria desenvolvida a partir do planeamento central era a de que apenas o governo poderia organizar a atividade económica de uma maneira que promovesse o bem-estar económico de todo o país.

      Hoje, a maioria dos países que tiveram economistas de planeamento central abandonaram esse sistema e desenvolveram economias de mercado. Numa economia de mercado as empresas e as famílias tomam as decisões do planeador central. As empresas e as famílias interagem com o mercado e o preço e o interesse guiam as decisões.

      Adam Smith observou que as pessoas e as empresas interagem no mercado como se fossem guiadas por uma mão invisível que as leva a resultados de mercado desejáveis. Os preços refletem tanto o valor de um bem para a sociedade quanto o custo social a produzi-lo. Como as famílias e as empresas observam os preços para decidir o que comprar e o que vender, levam em consideração os custos e benefícios sociais das suas ações. Consequentemente os preços levam os decision makers a resultados que em muitos casos maximizam o bem-estar da sociedade.


7 – Por vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. 

      Os mercados só funcionam bem quando os direitos de propriedade são garantidos. Num clima de desconfiança a produção decresce. Há dois motivos genéricos para que um governo intervenha na economia- promover a equidade (diferente de igualdade). Embora a mão invisível leve geralmente os mercados a alocar os recursos de forma eficiente, isso nem sempre acontece. Por vezes podem ocorrer falhas de mercado (situação em que o mercado, por si só, não consegue produzir uma alocação eficiente de recursos).

      Uma possível causa de falha é a externalidade (impacto das ações de uma pessoa no bem estar do próximo). Outra causa de possível falha de mercado é o poder de mercado, que se refere à capacidade de uma pequena pessoa ou grupo influenciar indevidamente os preços de mercado (situação mais recente com as ações da Gamestop nos EUA a explodirem assustadoramente). Nestas ocasiões, o governo pode tomar medidas de modo a aumentar a eficiência económica.

       A mão invisível pode também não conseguir garantir que a prosperidade económica seja distribuída equitativamente. Uma economia de mercado recompensa as pessoas de acordo com a sua capacidade de produzir coisas pelas quais outras pessoas estejam dispostas a pagar. Daí o governo intervir criando o imposto de renda e a segurança social.

 

8 -  O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e serviços

      As diferenças do padrão de vida em todo mundo são bastante acentuadas. E isto deve-se ao facto dos diferentes países terem diferentes produtividades. A taxa de crescimento de uma renda média está diretamente ligada à taxa de produtividade. Ou seja, quanto maior for a produtividade de um país, melhor será o seu padrão de vida.

      A relação entre produtividade e padrão de vida também traz implicações profundas na política. Por exemplo agora na pandemia, a medida de confinamento afetou o padrão de vida, na medida em que afetou a nossa capacidade de produzir bens e serviços. Para se elevar os padrões de vida, devem ser tomadas medidas de aumento de produtividade, garantindo que os trabalhadores tenham uma boa educação disponham das ferramentas que precisam para produzir bens e serviços e tenham acesso à melhor tecnologia disponível.

      Em Portugal não é bem assim que funciona, o nosso mais que tudo prometeu o aumento do rendimento mínimo em plena crise mundial, o que é de facto sensato do ponto de vista económico. Normalmente em Portugal o aumento de rendimento depende diretamente na compra do quadradinho a rubricar no boletim de voto e em nada se fala no aumento de produtividade (não tivesse já Portugal uma taxa de produtividade invejável).


9 – Os preços sobem quando o governo emite demasiada moeda. 

      Quando se produz demasiada moeda, ocorre o fenómeno da inflação, subida generalizada dos preços da economia. Porém essa produção em demasiada fará com que o seu valor diminua. A inflação é “inimiga” da sociedade e por isso são tomadas políticas de modo a controlar este monstro.

      Portugal é um felizardo, tem a mesma inflação e taxa de juro que as grandes potências europeias, ao passo que se tivesse moeda própria, lá teria que emitir moeda para fazer face à crise e depois levar camiões de dinheiro para importar um queijo suíço.

 

10- A Sociedade enfrenta um trade off de curto prazo entre inflação e desemprego. 

      Quando o governo aumenta a quantidade de moeda na economia, um dos resultados é a inflação como ficou demonstrado acima. Outro resultado, pelo menos no curto prazo, é um menor nível de desemprego. A curva representa um tradeoff de curto prazo entre inflação e o desemprego. A esta curva designa-se curva de Phillips. Este tradeoff significa que em períodos de um ou dois anos muitas políticas económicas empurram a inflação e o desemprego em direções opostas. E quem toma estas políticas económicas enfrenta esse tradeoff independentemente da inflação e o desemprego estarem a níveis altos, baixos ou intermédios.

      A curva de Phillips é fundamental para o entendimento de muitos fenómenos na economia, principalmente para o entendimento do ciclo de negócios- Flutuações irregulares, altamente imprevisíveis da atividade económica, medidas pelo numero de pessoas empregadas ou pela produção de bens e serviços.

     Os governos podem explorar estre tradeoff de várias formas: mudando o montante de gastos do governo, mudando o valor arrecadado de impostos e mudando o montante de emissões de moeda(em Portugal esta não acontece agora). Como estas medidas influenciam a inflação e o desemprego numa sociedade devem ser tomadas de forma sensata.

João Barros


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