Edição 19- COMO AGIR PERANTE MOMENTOS DE CRISE (BENFICA) ?

   EDIÇÃO 19 -  ECONOMIA POSITIVA                                                                         10/07/2021


       Um bom dia para o "eu" do futuro e para os leitores que um dia  tenham o azar de vir aqui parar.

       De férias e com vontade de escrever que nem um poeta louco, começa assim mais uma edição de Economia Positiva.

      Atualidade económica, social e política

    - Portugal e França eliminados do Euro2020 por Bélgica e Suiça, respetivamente. 

    -Quem viajar de Portugal para a Alemanha tem de cumprir quarentena a partir de hoje. Fonte: Sapo

   - Variante delta já é dominante em Portugal. Fonte: Observador

   - CDS exige explicações a Cabrita após atropelamento. Fonte: Observador.


      Como agir perante momentos de crise?

      Nesta edição decidi analisar o momento de crise que o Benfica tem vivido e como se devia defender, no meu ponto de vista. Pode perfeitamente ser extrapolado para qualquer outra organização que atravesse situações complicadas. 

      Como cidadão este aura de corrupção e fraude que gira em torno do futebol, da política e da sociedade em geral, leva apenas a mais desconfiança e ao aumento do sentimento de impunidade a quem pratica estes crimes. Como adepto doente do Benfica isto deixa-me envergonhado, principalmente por toda a situação de exposição que se gera em torno do clube. Apesar disto, achei interessante, como gestor, tentar perceber como é que o Benfica se pode defender deste momento de crise e sair o melhor possível desta situação.

      Ora o Benfica vê o seu presidente ser detido, interrogado e a ser alvo de buscas. O Benfica não sendo uma empresa de um homem só, tem toda a administração envolvida no processo direta ou indiretamente, não interessa. Tendo um problema (na minha opinião criado dentro do próprio clube)  desta dimensão o clube precisa de nervo para ultrapassar o que aí vem.

      Na minha opinião,  a decisão mais sensata é o Benfica demarcar-se do presidente e de todo o processo que o envolve, eleger rapidamente o seu sucessor, sem convocar eleições, fechar-se em copas e rezar que termine rápido.

      Passo então a explicar esta tomada de decisão. O clube está a ser atacado por todos os lados e tem um cancro enorme, toda a sua administração. O representante da administração é o presidente, o "portador" do cancro, logo a responsabilidade cai sobre si. De modo a diminuir que a doença se espalhe por toda a empresa, o clube tem de agir rápido e assertivamente. Em primeira instância afastar-se por completo do presidente, porque o que cairá sobre ele, cairá sobre o clube. Não se pode admitir que um cancro continue numa empresa, custe o que custar. De seguida, devem reunir-se e eleger o sucessor, sem convocar eleições. Nos momentos de crise a empresa não se pode dar ao luxo de perder tempo com eleições porque quebra a confiança dos adeptos, sócios e parceiros. Piora toda a situação e deixa o barco à deriva com uma péssima imagem de liderança. O sucessor deve ser um homem capaz de pressionar, não ceder  e aguentar o barco, sabendo que também pode ser arrastado pela tempestade. O momento de eleições deve surgir sim, quando a tempestade passar. Para já é recomendado aguardar. Posteriormente a isso, o Benfica deve fechar-se totalmente sobre si mesmo. Não deve sair nenhum tipo de informação nem comunicado após a nomeação do novo presidente, o mínimo independentemente do assunto. O clube deve tornar-se um fantasma pelo menos durante uns longos meses. "Comentadeiros" relacionados ao Benfica devem, também,  abster-se de comentar seja o que for sobre o caso. Durante a fase de "confinamento" o clube não pode apenas levar com o que se diz na comunicação social, tem agora que "salvar a pele" ao ex presidente, sem nunca se saber.  Deve então pressionar a polícia judiciária, ministério público, advogados e puxar os cordelinhos sobre as informações importantes de pessoal influente. Uma espécie de "se for ao fundo, não vou sozinho...". O ministério público com a pressão e o tempo a escassear acabará, eventualmente, por meter os pés pelas mãos na acusação do megaprocesso (mais uma vez) e deve pegar-se nessas pontas soltas e pressionar onde dói. A relação com o juiz do processo é fundamental que seja boa. Faça-se isso da melhor forma possível.

       Entretanto, cabe ao Benfica jogar como nunca jogou e ganhar mais e melhor que nunca, os adeptos distraem-se e o foco desvia-se para o futebol. Resta agora esperar, e batalhar com paciência porque parece-me que este processo vai ser longo..

É feio o que foi escrito aqui? É. 

Havia outra hipótese? Não sei, mas se sim penso que ia ser mais penosa para o clube. As instituições é assim mesmo, as direções saem e as instituições ficam...

Aqui apresento o meu ponto de vista e a forma de se resolver um momento de enorme crise.

João Barros

 

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