Edição 2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE GESTÃO MODERNA

 EDIÇÃO 2 -  ECONOMIA POSITIVA                                                                           19/11/2020


       Um bom dia para o "eu" do futuro e para os leitores que  tenham o azar de vir aqui parar.

       Livre do bicho e pronto para outra, começo assim a segunda edição do Economia Positiva.


       Atualidade económica, social e política

      - Pfizer, BioNTech e Moderna Inc. na corrida pela aprovação da vacina contra a covid-19, estas admitem eficácia de cerca de 95% no final do ensaio clínico. Fonte: SIC Notícias.

      - Rui Rio e André Ventura dão espetáculo nas suas entrevista à tvi. Rui Rio ataca PS, dizendo que o PS está refém do PCP e BE, em contexto do orçamento de estado. Miguel Sousa Tavares protagoniza falhanço histórico na sua entrevista a André Ventura, perguntando-lhe se tem algum amigo preto.

      - Segundo os dados revelados hoje pelo Banco de Portugal, o endividamento do setor não financeiro da economia portuguesa atinge recorde histórico.

      - "Não foi um assalto galático"- afirmação de Azeredo Lopes acerca do caso Tancos. Fonte: Observador.


      Princípios Fundamentais de Gestão Moderna

     Decidi trazer hoje um tema complexo e extenso que daria para escrever uma estante de livros. A ideia de uma teoria universal de gestão é, por si só, uma utopia. Contudo é possível fazer uma análise generalizada sobre a gestão de empresas, independentemente do seu setor ou área de ação. Logicamente haverá pontos em que organizações de determinados setores se vão identificar mais do que outras. 

      Analisei as teorias dos gestores clássicos e as abordagens contemporâneas , relacionei estas duas abordagens e compilei os pontos que fazem sentido à generalidade das organizações portuguesas.

     Inicialmente assume-se a empresa como um sistema. Esse sistema resume-se num conjunto de partes, que, através de uma relação de simbiose, executa as suas funções de modo a atingir um objetivo comum. Divide-se em várias componentes: inputs, processo de transformação, outputs, feedback e meio envolvente. O sistema recebe inputs (recursos materiais, financeiros, informação), executa o processo de transformação (a gestão entra neste processo), e gera outputs. Estes outputs dão um feedback constante sobre a tomada de decisões. O sistema é aberto e está sempre em contacto com o meio envolvente. Ignorar o meio envolvente leva, incontornavelmente, ao fracasso da gestão e da própria organização. (Abordagem sistémica da gestão). As organizações devem adaptar-se continuamente às mudanças do meio envolvente, de modo a proteger-se das ameaças e ter a hipótese de agir proactivamente.

     A partir deste sistema cabe ao gestor perceber qual a abordagem a tomar perante a organização que tem nas suas mãos. Cada situação é diferente e compete ao gestor munir-se dos métodos mais eficazes para realizar bem a sua função.

    É da competência do gestor envolver os seus colaboradores no desenvolvimento do  processo de trabalho, já que estes conhecem bem os seus postos de trabalho. Para além disso, o gestor deve preocupar-se com as questões psicológicas e emocionais dos seus trabalhadores, uma vez que são o principal fator de influência na sua produtividade. As Experiências de Hawthorne provaram que a componente psicológica e emocional dos colaboradores tem maior influência na produtividade dos trabalhadores do que quando relacionada com a componente física (melhor luminosidade e maior conforto) e incentivos monetários.

   No que diz respeito à forma de estruturar uma organização, a burocracia é a forma mais eficiente de agir. O trabalho deve ser dividido em tarefas simples e deve ter em vista a execução dessas tarefas da forma mais eficaz e eficiente. As organizações devem possuir uma hierarquia de autoridade em que os superiores tem autoridade sobre os subordinados.  As organizações devem criar um código de conduta sob o qual devem agir e deve ser promovido o mérito em detrimento do favoritismo. Uma organização meritocrata é uma organização mais séria, competitiva e produtiva. 

   As organizações apesar de serem classificadas como sistemas têm uma forte componente social capaz de acumular conhecimento. Esse conhecimento surge de todos os elementos da organização e deve ser encorajado pelos gestores aos colaboradores. O conhecimento torna uma organização mais  preparada para mudanças do meio envolvente, dota a todos uma tomada de decisão mais consciente e reduz o efeito de perda de competências dos seus colaboradores ao longo dos anos.

   Depois de perceber como funciona uma organização, de ter uma estrutura organizada e de perceber como agir com os seu colaboradores, está na altura do gestor pensar nos objetivos, na sua rede de contactos e na qualidade do seu produto ou serviço.

    Os objetivos de uma empresa devem ser acordados e não impostos, devem ser mensuráveis de forma a permitir controlo e tomada de medidas corretivas se necessário. No final é preciso avaliar o cumprimento ou não desses mesmos objetivos e perceber o que deve ser melhorado. Os objetivos não devem ser mais baixos de modo a serem atingidos, estes devem manter-se independentemente de não virem a ser atingidos.

    Depois de acordados os objetivos é necessário incutir uma gestão de máxima qualidade de todos os membros da organização, todos são gestores e todos devem movimentar-se em sentido do aperfeiçoamento da sua atividade. Devem ser realizadas regularmente reuniões que envolvam os trabalhadores onde se identifique problemas existentes à realização do trabalho e que afetam a sua qualidade. É nesta altura que entra o conceito de benchmarking, fundamental para ganhar vantagem sobre os concorrentes e marcar posição non mercado. 

     As organização no seu todo (todos os departamentos) deve estar orientadas para a satisfação dos seus clientes, internos ou externos. Todas as operações devem ser suscetíveis a serem medidas uma vez que só se pode melhorar o que é medido. A relações de trabalho devem ser baseadas na confiança e no trabalho de equipa.

    Por último o gestor deve criar uma cadeia de valor em torno da organização. Uma cadeia de valor para um produto ou serviço é uma sequência de atividades interrelacionadas que começa nos fornecedores de matéria prima e termina no consumidor. Diferentes empresas devem trabalhar em conjunto de modo a criarem um produto. Esta  rede de contactos sólida é o que permite ganhar vantagem competitiva sobre os seus concorrentes. Para manterem essa vantagem devem oferecer ao consumidor mais valor (de forma sustentável).

   E muito mais podia ter sido escrito, mas penso que isto já é uma ideia sobre alguns dos princípios fundamentais de gestão moderna. Foquei-me apenas nos pontos chave das principais teorias de gestão. Há todo um mundo ainda por detrás da gestão de empresas...


João Barros




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